quinta-feira, 29 de março de 2007

ainda a crisálida

Parece uma coisa, quero sair, me libertar, já quase consigo, mas algo acontece, às vezes é um nada, às vezes deveria ser. Mas retorno, recolho as asas. É, talvez não estivessem bem prontas, talvez as cores, a vitalidade, a força, ainda não atuassem na sua totalidade. Ou o medo me fez recuar. Acredito que a seu tempo eu me lanço ao espaço, como uma asa delta, sempre quis, confesso. Por enquanto não deu. Não me culpo, ou me culpo? Já era tempo, penso, ainda é cedo, dizem.
A crisálida é confortável, lugar de descobertas. A minha é escritório inglês do século passado, com mobiliário de madeira nobre e escura, lareira, poltronas de pés curvos e tecido nobre em capitonê, chá fumegante na mesa imponente, janelas abertas pra um jardim bem cuidado, cortinas florais e livros em uma estante protegida por vidros, um cachimbo (sei lá, Freud explica) e cheiros, muitos, delicados, não perfumes, apenas cheiros. Daqui olho o mundo, daqui experiencio e me experiencio. Daqui aguardo. Observo...

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