segunda-feira, 2 de abril de 2007

espiada

Dei uma espiada para fora da crisálida. Foi incrível. Olhar pra fora, sabendo que estava protegida pela película. Foi uma experiência nova, assustadoramente nova. Aula de teatro, criação de personagem, até aí tudo bem. Afinal foi uma das formas que, creio, pode me levar pra fora. Mas o desafio estava por vir, o personagem tinha que sair na rua, interagir. E aí? Uma louca cheia de carências e negações, viciada em remédios, que eu tinha criado e que emprestava a vida. E eu que me acreditava tímida e incapaz de erguer os olhos em algumas situações, fiz, dei um corpo à Dalva, louca. E agora, que sei que sou capaz? Que medo, credo. Agora não sei mais quem sou, não sou tímida, sou capaz de coisas que não sabia que era. Meu Deus, quem ousa desafiar uma mulher dessas? Eu que não...

2 comentários:

Lilian disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
jupoesia disse...

Diz pra Dalva, a louca, que seja bem-vinda. E eu queria era muito, espreitar fora pra ver o que há dentro de mim. E um dia vou. Vou mesmo. "Sair da ilha pra ver a ilha", diz Saramago.

Boa semana, amiga. Bju.