
Então...
Tanta coisa pra falar e ao mesmo tempo tanta coisa sem necessidade de sair pra fora. Isso mesmo, a Vanessa pedindo pra escrever sobre a viagem, mas parece que não há necessidade. Talvez o que aconteceu tenha bastado e as palavras sejam supérfluas. Pode ser que eu esteja processando e depois vou soltando o verbo. Uma coisa posso dizer, o que me bateu foi a maternidade desassistida, isso ecoou fundo e provocou um choro incontido na catedral da Plaza de Mayo, (obrigada Sonia, realmente é uma terapeuta, tenha certeza disso). Mostrou feridas não cicatrizadas, vívidas, ainda que negadas (a surpresa, uma mulher que parecia nada ter a oferecer, me deu o maior presente da viagem) . No más, a certeza que estou em casa em qualquer lugar, isso a galera me diz faz tempo, eu que não levava fé. Me virei, me viro. Sou prática, dou um jeito e isso, sempre.
Mas hoje, então o que me impulsiona a voltar? Talvez o fato de estar sozinha de novo, à noite. Minha fiel companheira resolveu trilhar o seu próprio caminho. Raiva, sensação de abandono, um turbilhão de coisas. As cicatrizes, no fundo, ainda são feridas, pequenas, mas, saindo a casca, estão lá e podem sangrar. Que faço eu? Eu esperneio, eu soco, eu grito, eu corro atrás. Eu quero um caminho diferente. Espírito inquieto. Demais!, diria a Ju. Eu lambo a ferida e olho pra frente. E ultimamente tem sido bem gratificante. Estou de volta e vou adiante.
2 comentários:
gosto das tuas impressões acerca do mundo além de ti. tem uma percepção que me faz bem, me clareia...
torço para saber dos hermanos latino-americanos.
Prática, inquieta, absorta, andante, eficaz, eficiente, sentimental, interessante, imensa, profunda...
Vc é aquela capaz de ressignificar cada coisa e voltar do fundo, de todos os fundos, intacta.
AH, corajosa. Um dia quero ser assim.
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